28 nov Uma História de Amor, Não de Cinema

Quando vejo meninas sonhando com padrões de relacionamento um pouco irreais, cheios de fantasias e contos de fadas, meu coração fica um pouco apertado! Gostaria de escrever minha história de amor com meu marido de um forma romântica e suspirante. Mas não foi bem assim que as coisas aconteceram.

É claro que houveram sim, suspiros e olhares apaixonados. Conversas apaixonadas até tarde da noite, trocas de presentes, jantares especiais. Houve sim muito romance. Mas essa não é a parte principal, e infelizmente é isso que vejo as pessoas procurando, talvez por isso haja tanta frustração nessa área. É um problema de foco, eu diria.

A Distância

Eu e meu marido nos conhecemos através de amigos em comum da igreja. Eu morava em Florianópolis/SC, ele em Vitória/ES. Então, agora vc deve estar se perguntando… Eu entendi bem? Ela morava em Santa Catarina e ele no Espírito Santo? Sim, é isso mesmo! Mais de mil quilômetros de distância! Está vendo porque a vida não é feita conto de fadas? Mas ao final da história você verá que valeu a pena. Acompanhe até o fim…

Eu nasci e vivi em Florianópolis até me casar, mas minha família é toda mineira, do interior de Minas. Assim, vinhamos de avião, ônibus ou carro até Vitória, dormíamos aqui em um apartamento do meu avô, e depois seguíamos viagem. Algumas vezes passávamos uns dias com os irmãos da igreja em Vitória e assim surgiram os relacionamentos de amizade.

Desde pequena meus pais eram amigos do pastor da igreja em Vitória, então, sempre estávamos em contato com os irmãos quando passávamos por aqui. Mas como Deus separa um tempo certo para tudo, nesses 15 anos seguidos que fizemos esse trajeto, nenhuma vez sequer encontrei com Filipe, meu marido. Conhecia muitos amigos dele, mas jamais o conheci, até então.
Eu e ele gostamos de brincar que Deus não permitiu que nos conhecêssemos ainda, porque éramos muito “feinhos” na adolescência e não nos interessaríamos um pelo outro nessa época rsrsrsrs Eu gordinha e ele magrinho que só! Rsrsrs

Enfim, um tempo depois, num belo dia eu estava em Florianópolis e uma irmã, que morava em Vitória, mas era natural de Floripa, foi até a minha casa e me mostrou uma foto dos jovens de onde ela morava. Um rapaz bonito, loiro, me chamou atenção e a da minha mãe também. Minha mãe mais extrovertida, logo perguntou: Quem é esse rapaz bonitão? E ela respondeu: Ah, esse rapaz é uma benção! E minha mãe continuou: É mesmo? E quantos anos ele tem? Ah ele é novinho, tem 18 anos. Então nós já respondemos desanimadas: Ah é muito novo! Que pena!

Naquela época eu tinha 19 anos. Eu e minha família tínhamos uma série de padrões e sonhos em relação a compromisso com vistas a casamento. Queríamos um rapaz já mais maduro, já estabelecido na vida, com quem eu pudesse me relacionar não por muito tempo e logo me casar. Nós fazemos mil planos não é mesmo? Eu sempre disse que casaria com 22 anos. Mas já aos 18 anos Deus começou a nos mostrar que precisávamos nos abrir para os Seus planos.

Rendendo Meus Planos

Voltando um pouco na história, no ano de 2000, conheci um rapaz que tinha muitas características que atendiam a aquilo que eu e meus pais começávamos a sonhar para minha vida. Nós cremos que um relacionamento amoroso deve ser baseado na palavra de Deus. Que dois jovens devem primeiro se conhecer muito bem antes de se envolverem sentimentalmente. Que um relacionamento amoroso deve sempre ter como propósito o casamento, debaixo de uma confirmação de Deus. Acreditamos que relacionamentos não devem ser começados ao acaso, para um dia ver se dará certo, bem como o envolvimento deve ser no espírito e não na carne. E foi assim que esse meu primeiro relacionamento foi direcionado e vivido por nós. Mas mesmo com todo zelo e oração, o Senhor permitiu que esse relacionamento não se concretizasse.

Com o término desse relacionamento, passamos a rever muitos dos nossos padrões para escolha de um cônjuge. Não estávamos revendo os princípios de Deus, porque esses são inegociáveis. Pelo contrário, estávamos reafirmando ainda mais aquilo que Deus nos mostrou em sua palavra. Mas o que precisava ser revisto, eram os nossos próprios critérios em relação as características de um cônjuge. O que realmente importa não é se um rapaz está muito bem estabelecido em sua vida profissional, não é a sua idade já mais avançada do que a da mulher, não é se ele é filho de fulano ou ciclano, nem se ele faz o seu coração disparar ou você se arrepiar! Sabe o que realmente importa? Quem é esse rapaz em Deus! É com essa pessoa e com o coração dele que você irá se relacionar todos os dias!

Deus começou a trabalhar em meu coração a partir do término desse primeiro relacionamento, passei da ilusão do conto de fadas, e do príncipe encantado para a maravilha de entender que as coisas de Deus são eternas, e que as desse mundo nos enganam e iludem.
Sofri muito, quando terminei meu primeiro relacionamento, pois fui a primeira em minha congregação a passar por isso, sofri por saber que jamais me casaria com meu primeiro namorado. Não foi fácil. Mas após algumas semanas de sofrimento, fui descobrindo mais e mais o meu relacionamento com Deus. Me lembro como se fosse hoje, de me ajoelhar em meu quarto, chorar e dizer para o Senhor, não quero nunca mais viver fora da tua vontade! É evidente que não me tornei perfeita depois desse dia. Cometi erros ainda. Mas lá no fundo do meu coração, eu sabia o que eu queria. A vontade de Deus!

Desejando a Vontade de Deus

Então em 2003, conheci o Filipe. Ele sempre foi totalmente diferente de tudo que eu imaginei. E foi isso que me atraiu nele. Sempre alegre, descontraído. E o que realmente me cativou foi, que todas as vezes que conversávamos algo tocava o meu espírito, testificava em meu coração e me dava paz. Mas ele ainda tinha 19 anos. E nós nos apaixonamos. Mas sabíamos que não tínhamos nenhuma condição de namorar e casar em 2 anos ou um pouco mais. Foi aí que a história começou a complicar. Me vi insegura e meu coração hesitou. Eu sabia que se continuássemos nesse relacionamento com o passar do tempo seria muito complicado para nós. Foi aí que resolvi me afastar.

A partir daí, nos afastamos por um longo tempo. Perdemos completamente o contato. Mas Deus já havia colocado uma convicção no coração do Filipe, de que eu era a mulher de Deus para a vida dele. E agora? O que ele faria com essa convicção? Filipe sempre foi um rapaz perseverante na vontade de Deus. E ele não desistiu. Mesmo com o afastamento, ele continuava orando e crendo! Mesmo quando apareciam outras meninas interessadas nele. Ele não se sentia livre! Lindo não é mesmo?

A Soberania de Deus

Contudo, nosso Deus é soberano! Meu irmão marcou a data do seu casamento. E os preparativos começaram a acontecer. Com isso, eu comecei a ficar em crise porque meu irmão estava se casando e eu ainda não tinha nenhuma resolução de Deus nessa área da minha vida. Foi então que fiz a seguinte oração: Deus estou cansada de conhecer pessoas, de criar expectativas e me frustrar. Estou cansada de cometer erros! Resolva, por favor, essa área da minha vida!

Nesse mesmo dia em que fiz essa oração, o Filipe me ligou! Depois de mais de um ano sem termos contato nenhum, meu telefone tocou. E ele foi direto! Me falou: Estou te ligando para saber se você ainda quer voltar a conversar comigo com vistas a um futuro relacionamento. E então eu disse: SIM! Falei a ele que havia feito uma oração nesse mesmo dia para que Deus resolvesse essa área da minha vida! E Deus resolveu.

Mas o que quero dizer com toda a nossa história, é que muitas vezes é preciso abrir mão de muitos conceitos, planos, sonhos, ideais para nos dispormos a vontade de Deus! E acredite, ela realmente é, boa, perfeita e agradável. Por mais diferente que ela seja do seu sonho de criança. Afinal de contas, quem se casa, é uma mulher adulta! Ouça a voz de Deus! Você não vai se arrepender!